DIÁRIO DE UM PROFESSOR
Paulo Guinote
Dia 37 – Cobaias, Quase
O que significa que, apesar de apesar da prometida testagem maciça nem sequer ter saído do papel, a vacinação arrancaria já e em força. E eu ia-me começando a rir até ler dois detalhes da referida notícia que me fizeram recuperar a sisudez.
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Durante a tarde de ontem pensei estar a experimentar uma qualquer falha espácio.temporal que me tivesse transportado directamente para o dia 1 de Abril.
A razão? Uma notícia que dava conta do objectivo, anunciado pela chamada task force nomeada para o efeito, de vacinar na próxima semana perto de 80.000 elementos do pessoal docente e não docente das escolas com pré-escolar e 1.º ciclo. O que significa que, apesar de apesar da prometida testagem maciça nem sequer ter saído do papel, a vacinação arrancaria já e em força. E eu ia-me começando a rir até ler dois detalhes da referida notícia que me fizeram recuperar a sisudez.
O primeiro é que essa vacinação estava para ser feita com a primeira dose da vacina da AstraZeneca, aquela cada vez um maior número de países europeus decidiu deixar de aplicar, da Bulgária à Islândia, da Irlanda à Áustria, da Itália à Dinamarca, passando pela Holanda, até se apurarem os riscos associados, nomeadamente quanto à formação de coágulos no sangue. Só que poucas horas depois, até por cá a sua aplicação foi suspensa, pelo que tudo ficará sem efeito
O segundo, é que nos concelhos com mais de 500 pessoas a vacinar, isso será feito em centros criados para o efeito, adiantando uma fonte que “será um teste para ver como estão a funcionar estes centros”.
O que significa que o pessoal docente e não docente estavam para ser uma espécie de cobaias para ver se tudo está a funcionar devidamente, da própria vacina aos centros de vacinação que depois serão usados para o resto da população.
E nunca me agradou tanto, mesmo não fazendo parte do grupo envolvido nesta experiência, que uma promessa vá ficar por cumprir.
*Por decisão do autor, o presente texto não segue o novo Acordo Ortográfico.
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