PEDIATRIA
Serviço de Pediatria do Hospital de Braga
Dor testicular (escroto agudo)
A dor testicular é motivo para uma ida imediata ao Serviço de Urgência mais próximo. As causas podem variar de problemas simples, sem complicações, até à torção testicular, uma emergência cirúrgica que deve ser tratada nas primeiras seis horas de dor.
- a
- a
A dor testicular é motivo para uma ida imediata ao Serviço de Urgência mais próximo. As causas podem variar de problemas simples, sem complicações, até à torção testicular, uma emergência cirúrgica que deve ser tratada nas primeiras seis horas de dor.
Quais são as causas da dor testicular?
A situação mais grave é a torção testicular. Entre outras causas também frequentes de dor estão patologias facilmente tratáveis e com taxa de complicações reduzida, tais como: epididimite (inflamação do epidídimo), orquite (inflamação do testículo), hérnia inguinal encarcerada, edema escrotal idiopático (causa desconhecida) ou torção de uma hidátide testicular (de Morgagni).
O tumor testicular habitualmente manifesta-se como uma massa não dolorosa.
Num Serviço de Urgência, o mais importante é excluir torção testicular, uma vez que a possibilidade de salvar o testículo reduz drasticamente com o passar das horas.
O que é a torção testicular?
A torção testicular representa a torção do cordão espermático.
Os testículos são as gónadas sexuais masculinas: produzem espermatozoides (as células responsáveis pela fecundação) e hormonas sexuais masculinas (testosterona), que controlam o desenvolvimento de características sexuais masculinas tais como o crescimento dos órgãos sexuais, pelos, barba, desenvolvimento muscular e dos ossos e aparecimento de voz grave.
Cada testículo está envolvido numa espécie de "bolsa de pele" - o escroto - comunicando com o restante sistema reprodutor pelo cordão espermático, uma estrutura constituída por vasos sanguíneos, nervos, músculos e canal deferente (por onde são transportados os espermatozoides). Se este cordão torcer, a corrente sanguínea para o testículo é interrompida. Sem sangue, as células no testículo morrem. Esta destruição pode tornar-se irreversível a partir das 4-6 horas.
É comum acontecer? Quais são as idades mais frequentes?
A torção testicular representa um terço de todos os casos de dor e edema testicular.
É mais comum em duas faixas etárias diferentes: ao nascimento e durante a adolescência, mas pode acontecer em qualquer idade.
Quais são os sintomas?
No recém-nascido, nem sempre é fácil diagnosticar, pois os sinais e sintomas podem ser frustes. Deve suspeitar-se se o escroto ficar vermelho e aumentar de volume. Nos mais velhos, para além destes sinais, há também queixas de dor testicular intensa e súbita, dor abdominal e podem ocorrer náuseas e vómitos.
Pode haver ou não história de traumatismo prévio, bem como pode haver história anterior de episódios semelhantes (metade dos rapazes com torção testicular tiveram episódios anteriores de dor testicular). Também o diagnóstico anterior de orquiepididimite não exclui a hipótese de torção pois esta pode desenvolver-se em consequência do processo inflamatório.
Como se faz o diagnóstico?
A dor testicular é motivo para uma ida imediata ao Serviço de Urgência mais próximo. Só um médico pode excluir ou tratar esta situação.
A história clínica e o exame físico são o mais importante para a orientação diagnóstica; a ecografia com estudo Doppler (avalia fluxo sanguíneo) é um exame auxiliar útil no diagnóstico diferencial com outras patologias; no entanto, na impossibilidade de a fazer de imediato, não se deve atrasar a cirurgia, sendo preferível uma intervenção "branca" a deixar passar um diagnóstico de torção.
A história de início súbito de dor testicular intensa, acompanhada ou não por vómitos e alteração do estado geral, é sugestiva de torção testicular.
Nos processos inflamatórios locais, como orquite ou epididimite, a dor costuma ter um início mais insidioso, com uma instalação menos aparatosa, por vezes acompanhada de ardor ao urinar, urinar às pinguinhas e mais vezes e febre (sintomas semelhantes aos da infecção urinária).
Qual é o risco?
A necrose testicular (perda irreversível da irrigação sanguínea) pode começar a instalar-se seis horas após a torção do cordão espermático, com compromisso da produção de espermatozoides; após 12 horas, há risco também de compromisso da função endócrina do testículo (produção de testosterona).
A possibilidade de necrose aumenta de forma significativa com o tempo. Nenhum exame auxiliar de diagnóstico deve atrasar o seu tratamento cirúrgico, por isso, a ecografia com Doppler está indicada quando existe forte suspeita de não se tratar de torção.
Como se trata?
A exploração cirúrgica é obrigatória e deve ser imediata, em todos os casos de torção testicular e também naqueles em que há dúvidas no diagnóstico.
Se o cirurgião determinar que o testículo é viável, o cordão será destorcido e o testículo será fixado de forma a impedir que volte a torcer.
Se se demonstrar que não há viabilidade, o testículo será removido e, durante a cirurgia, o outro testículo será fixado para impedir torção desse lado.
A torção testicular é uma emergência cirúrgica e necessita de avaliação imediata. Pode destruir o testículo se não for tratada a tempo e, por isso, se o seu filho tem dor testicular, deve levá-lo imediatamente ao Serviço de Urgência mais próximo.
Ângela Pereira, com a colaboração do Prof. Doutor Jorge Correia-Pinto, Cirurgião Pediátrico, Serviço de Pediatria e Cirurgia Pediátrica do Hospital de Braga
Quais são as causas da dor testicular?
A situação mais grave é a torção testicular. Entre outras causas também frequentes de dor estão patologias facilmente tratáveis e com taxa de complicações reduzida, tais como: epididimite (inflamação do epidídimo), orquite (inflamação do testículo), hérnia inguinal encarcerada, edema escrotal idiopático (causa desconhecida) ou torção de uma hidátide testicular (de Morgagni).
O tumor testicular habitualmente manifesta-se como uma massa não dolorosa.
Num Serviço de Urgência, o mais importante é excluir torção testicular, uma vez que a possibilidade de salvar o testículo reduz drasticamente com o passar das horas.
O que é a torção testicular?
A torção testicular representa a torção do cordão espermático.
Os testículos são as gónadas sexuais masculinas: produzem espermatozoides (as células responsáveis pela fecundação) e hormonas sexuais masculinas (testosterona), que controlam o desenvolvimento de características sexuais masculinas tais como o crescimento dos órgãos sexuais, pelos, barba, desenvolvimento muscular e dos ossos e aparecimento de voz grave.
Cada testículo está envolvido numa espécie de "bolsa de pele" - o escroto - comunicando com o restante sistema reprodutor pelo cordão espermático, uma estrutura constituída por vasos sanguíneos, nervos, músculos e canal deferente (por onde são transportados os espermatozoides). Se este cordão torcer, a corrente sanguínea para o testículo é interrompida. Sem sangue, as células no testículo morrem. Esta destruição pode tornar-se irreversível a partir das 4-6 horas.
É comum acontecer? Quais são as idades mais frequentes?
A torção testicular representa um terço de todos os casos de dor e edema testicular.
É mais comum em duas faixas etárias diferentes: ao nascimento e durante a adolescência, mas pode acontecer em qualquer idade.
Quais são os sintomas?
No recém-nascido, nem sempre é fácil diagnosticar, pois os sinais e sintomas podem ser frustes. Deve suspeitar-se se o escroto ficar vermelho e aumentar de volume. Nos mais velhos, para além destes sinais, há também queixas de dor testicular intensa e súbita, dor abdominal e podem ocorrer náuseas e vómitos.
Pode haver ou não história de traumatismo prévio, bem como pode haver história anterior de episódios semelhantes (metade dos rapazes com torção testicular tiveram episódios anteriores de dor testicular). Também o diagnóstico anterior de orquiepididimite não exclui a hipótese de torção pois esta pode desenvolver-se em consequência do processo inflamatório.
Como se faz o diagnóstico?
A dor testicular é motivo para uma ida imediata ao Serviço de Urgência mais próximo. Só um médico pode excluir ou tratar esta situação.
A história clínica e o exame físico são o mais importante para a orientação diagnóstica; a ecografia com estudo Doppler (avalia fluxo sanguíneo) é um exame auxiliar útil no diagnóstico diferencial com outras patologias; no entanto, na impossibilidade de a fazer de imediato, não se deve atrasar a cirurgia, sendo preferível uma intervenção "branca" a deixar passar um diagnóstico de torção.
A história de início súbito de dor testicular intensa, acompanhada ou não por vómitos e alteração do estado geral, é sugestiva de torção testicular.
Nos processos inflamatórios locais, como orquite ou epididimite, a dor costuma ter um início mais insidioso, com uma instalação menos aparatosa, por vezes acompanhada de ardor ao urinar, urinar às pinguinhas e mais vezes e febre (sintomas semelhantes aos da infecção urinária).
Qual é o risco?
A necrose testicular (perda irreversível da irrigação sanguínea) pode começar a instalar-se seis horas após a torção do cordão espermático, com compromisso da produção de espermatozoides; após 12 horas, há risco também de compromisso da função endócrina do testículo (produção de testosterona).
A possibilidade de necrose aumenta de forma significativa com o tempo. Nenhum exame auxiliar de diagnóstico deve atrasar o seu tratamento cirúrgico, por isso, a ecografia com Doppler está indicada quando existe forte suspeita de não se tratar de torção.
Como se trata?
A exploração cirúrgica é obrigatória e deve ser imediata, em todos os casos de torção testicular e também naqueles em que há dúvidas no diagnóstico.
Se o cirurgião determinar que o testículo é viável, o cordão será destorcido e o testículo será fixado de forma a impedir que volte a torcer.
Se se demonstrar que não há viabilidade, o testículo será removido e, durante a cirurgia, o outro testículo será fixado para impedir torção desse lado.
A torção testicular é uma emergência cirúrgica e necessita de avaliação imediata. Pode destruir o testículo se não for tratada a tempo e, por isso, se o seu filho tem dor testicular, deve levá-lo imediatamente ao Serviço de Urgência mais próximo.
Ângela Pereira, com a colaboração do Prof. Doutor Jorge Correia-Pinto, Cirurgião Pediátrico, Serviço de Pediatria e Cirurgia Pediátrica do Hospital de Braga
Serviço de Pediatria do Hospital de BragaEste espaço é da responsabilidade da equipa médica do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga, instituição certificada pelo Health Quality Service (HQS).
- a
- a
O EDUCARE.PT reserva-se o direito de não validar todos os comentários que não se enquadrem nestes pressupostos e que não se relacionem, única e exclusivamente, com a atualidade educativa.
Recordamos ainda que todas as mensagens são da exclusiva responsabilidade dos participantes, nomeadamente, no que respeita à veracidade dos dados e das informações transmitidas.