Regresso às aulas na Europa marcado para o início de setembro
Setembro é o mês do regresso ao trabalho para alunos e professores. O EDUCARE.PT passa em revista os calendários escolares dos países da Europa, com base nos últimos dados publicados pela agência estatística Eurydice.
Andreia Lobo
- a
- a
A organização do ano letivo em Portugal é semelhante à da maioria dos sistemas educativos da Europa. Tanto no ensino básico como no secundário, à paragem das férias de verão somam-se ainda quatro pausas letivas. Acontecem no outono, entre os meses de outubro e novembro, por altura da celebração do Natal, nos países de religião cristã, e do Ano Novo, no inverno, a coincidir com o Carnaval, e, por último, a interrupção da primavera ou das férias da Páscoa.
Com exceção do Natal e do Ano Novo, as restantes pausas letivas variam tanto no número de dias como nas datas. Acresce ainda que, sendo as interrupções do Carnaval e da Páscoa associadas a feriados móveis, as datas sofrem mudanças todos os anos. De um modo geral, todos os países acrescentam às pausas comuns entre um a dez dias destinados de férias relacionadas com feriados públicos ou religiosos.
Na Europa, cerca de metade dos países inicia as aulas a 1 de setembro. Neste leque incluem-se por exemplo, a Áustria, a Bélgica, a República Checa, a Estónia, a Alemanha, Portugal, a Grécia, Malta e a Turquia fazem-no na segunda quinzena. Os alunos da Dinamarca, Finlândia, Suécia Noruega e Islândia começam as aulas em meados de agosto.
Os alunos da Alemanha, Dinamarca, Holanda, Liechtenstein, Inglaterra e País de Gales têm as férias de verão mais curtas da Europa: apenas seis semanas, tanto no ensino básico como no secundário. No extremo oposto surge a Bulgária, onde os alunos do 1.º e 2.º ano do ensino básico gozam cerca de 16 semanas de férias, e os restantes, no mínimo, 11.
Ainda da lista dos países que concedem menos férias “grandes”, contam-se: com oito meses de aulas o Luxemburgo e a Noruega, com nove meses a Áustria, a Bélgica, o Chipre (no 3.º ciclo e secundário), a República Checa, a Eslováquia, a França, a Irlanda (no 1.º e 2.º ciclo), a Polónia e a Irlanda do Norte. Entre os países nórdicos, a Finlândia e a Suécia surgem ao lado da Eslovénia, com dez meses de aulas.
Dos 38 países e regiões cujos dados constam no relatório “Organização do Tempo Letivo na Europa 2014/2015”, 12 concedem, em média, entre 11 e 12 semanas de férias de verão a todos os alunos. Portugal está nesse grupo, tal como Espanha, Malta, Grécia e Chipre (no 1.º e 2.ºciclos), Islândia, bem como a grande maioria dos países de Leste. Roménia, Letónia, Lituânia, Turquia e Itália estão entre os países que, em média, concedem aos seus alunos cerca de 13 semanas de férias.
Tanto no ensino básico como no secundário, as interrupções das aulas seguem o mesmo padrão, apenas com ligeiras diferenças. Na Bulgária, Grécia, Chipre e Lituânia, as férias de verão para os alunos mais novos são mais longas que as dos mais velhos. O inverso acontece na Irlanda e na Islândia.
No que respeita à responsabilidade de definir todas as interrupções letivas, na maioria dos países o calendário é feito pelo Ministério da Educação. Mas tem em conta certas diferenças geográficas. É o que acontece na República Checa, França, Holanda, Polónia, Eslováquia e Eslovénia. Em alguns países, como a Alemanha, a Espanha, a Itália e a Áustria, administração regional tem poder de decisão quanto à fixação de algumas datas.
Na Noruega e na Suécia, essa tarefa cabe aos municípios, ao passo que na Irlanda e no Reino Unido (Inglaterra e País de Gales) são as escolas que definem o seu calendário escolar. No entanto, esta liberdade para definir o período de pausas está limitada. O número de dias de aulas é geralmente fixado a nível central.
Pelo menos 32 países têm duas semanas de férias no Natal e Ano Novo. Portugal está neste grupo. Fora ficam a Suécia, com o maior período de pausa, cerca de três semanas; a Irlanda do Norte, com 1,5 semanas, e a Eslovénia, com uma semana. Os alunos turcos interrompem as aulas apenas no dia 1 de janeiro.
Por toda a Europa, as férias de verão dos professores acompanham sensivelmente as dos alunos, sendo, ainda assim, mais curtas, com uma duração que, em média, oscila entre quatro a oito semanas. Em alguns casos de maior autonomia das escolas, as equipas que gerem e administram os estabelecimentos de ensino têm menos dias de descanso que o restante corpo docente.
Ainda que esta matéria obedeça a legislação específica, pelo menos em quatro países cabe às escolas definir o período de férias dos professores. Pode haver um mínimo de horas de trabalho anual, bem como um mínimo de férias pagas, mas as escolas têm a possibilidade de contratualizar horas extra. De um modo geral, o trabalho dos professores na escola pode prolongar-se cerca de dez dias até um mês, após o encerramento do ano letivo. Já o regresso pode ser antecipado por igual período de tempo.
Organização do calendário escolar do ensino básico e secundário na Europa 2014/2015
ver calendário em versão PDF
Países |
Início (2014) e fim (2015) do ano letivo para os alunos |
Férias de verão |
Início (2014) e fim (2015) do ano letivo para os professores |
Alemanha |
1 de agosto / 31 de julho (data oficial, sujeita a variações regionais de 21 de agosto a 16 de setembro) |
6 semanas |
1 de agosto / 31 de julho (data oficial, sujeita a variações regionais) |
Áustria |
1 de setembro / 3 de julho |
9 semanas |
Igual aos alunos. |
Bélgica |
1 de setembro / 30 de junho |
9 semanas |
Igual aos alunos. |
Bósnia e Herzegovina |
1 de setembro / 12 de junho |
12 semanas |
18 de agosto / 30 de junho |
Bulgária |
15 de setembro / entre 22 de maio e 30 de junho (datas diferentes do 1.º ao 12.º anos) |
16 semanas |
É definido por cada escola. |
Croácia |
8 de setembro /16 de junho |
11 semanas |
22 de agosto / 10 de julho |
Chipre |
8 de setembro /17 de junho (1.º e 2.º ciclos) |
12 semanas 1.º e 2.º ciclos) |
1 de setembro /19 junho (1.º e 2.º ciclos) , 30 de junho (3.º ciclo e secundário) |
República Checa |
1 de setembro / 30 de junho |
9 semanas |
(sem dados) |
Dinamarca |
11-13 de agosto / 26 de junho |
6 semanas |
É definido por cada escola. |
Eslováquia |
2 de setembro / 30 de junho |
9 semanas |
Uma semana antes e depois do início e do fim do ano letivo para os alunos. |
Eslovénia |
1 de setembro / 24 de junho, 15 de junho (9.º ano), 22 de maio (12.º ano) |
10 semanas |
10 a 15 dias antes dos alunos/ 1.ª quinzena de julho |
Espanha |
5 -15 de setembro/ 19-23 de junho (1.º e 2.º ciclo) |
11-12 semanas |
1 de setembro/30 de junho (as direções das escolas ficam a trabalhar até 31 de julho) |
Estónia |
1 de setembro / 31 de agosto |
12,5 semanas |
É definido por cada escola. Mas por lei são 8 semanas. |
Finlândia |
6-8 de agosto/ 30 de maio |
10-11 semanas |
6-18 de agosto / 30 de maio |
República da Macedónia |
1 de setembro / 10 de junho |
12 semanas |
10 de agosto / 10 de julho |
França |
2 de setembro / 4 de julho |
9 semanas |
1 de setembro / 4 de julho |
Grécia |
11 de setembro / 15 de junho (1.º e 2.º ciclos), 20 de maio (3.º ciclo e secundário) |
12 semanas (1.º e 2.º ciclo) / 10 semanas (3.º ciclo e secundário) |
1 de setembro / 19 de junho (1.º e 2.º ciclos, 30 de junho (3.º ciclo e secundário) |
Holanda |
18 de agosto / 3 de julho (região norte) |
6 semanas (nas três regiões, embora variem as datas de início e fim) |
Igual aos dos alunos, mas a escola pode decidir que precisa dos professores uns dias antes e depois do início e fim das aulas. |
Hungria |
1 de setembro / 15 de junho, 30 abril (12.º ano) |
11 semanas |
É definido por cada escola. |
Islândia |
22-30 de agosto / 8-12 de junho (1.º , 2.º e 3.º ciclos) |
11 semanas (1.º , 2.º e 3.º ciclos) |
9-21 de agosto / 5- 11 de junho (1.º, 2.º e 3.º ciclos) |
Irlanda |
1.ª semana de setembro (1.º e 2.º ciclos), 26 de agosto (3.º ciclo e ensino secundário) / finais de junho |
9 semanas, 12 semanas (3.º ciclo e ensino secundário) |
1 de setembro/ 31 de agosto |
Itália |
8-17 de setembro / 6 - 16 de junho |
12-13 semanas |
1 de setembro / 31 de agosto |
Letónia |
1 de setembro / 29 maio |
13 semanas |
Dias antes e depois do início e fim do ano para os alunos. Por lei gozam de oito semanas de férias pagas. |
Liechtenstein |
18 de agosto/ 3 julho |
6 semanas |
Igual aos alunos. |
Lituánia |
1 de setembro / 29 de maio (1.º e 2.º ciclos), 5 de junho (3.º ciclo e secundário), exceto 7.º e 12.º anos (29 e 28 de maio) |
13 semanas (1.º e 2.º ciclos), 12 semanas (3.º ciclo e secundário) |
Definido pelo diretor e pelos professores de cada escola. |
Luxemburgo |
15 de setembro/ 15 de julho |
8 semanas |
Igual ao dos alunos. |
Malta |
22 de setembro / 26 de junho |
11 semanas |
18 de setembro/ 6 de julho |
Montenegro |
1 de setembro/ 12 de junho, 20 de maio (6.º e 12.º anos) |
11 semanas (nos alunos do ensino vocacional, as férias começam após um período de 15 dias de estágio) |
10 de agosto/ 10 de julho |
Noruega |
14-22 de agosto/ 17-23 de junho |
8 semanas |
Existe um mínimo anual de horas de trabalho docente, cabe às escolas definir se é preciso horas extras. |
Polónia |
1 de setembro / 26 de junho |
9 semanas |
1 de setembro/26 de junho |
Portugal |
11-15 de setembro/ 5-12 de junho (consoante a realização os exames nacionais e tendo em conta que no 4.º e 6.º anos os alunos têm aulas de apoio até 8 de julho) |
12 semanas |
1 de setembro /31 de agosto (data oficial) |
Roménia |
15 de setembro/ 19 de junho |
13 semanas |
1 de setembro/ 31 de agosto |
Suécia |
Finais de agosto / meados de junho |
10 semanas |
Meados de agosto/ meados de junho |
Turquia |
15 de setembro (8 setembro no 1.º ano) / 12 de junho |
13 semanas |
Início de setembro/ início de julho |
Reino Unido (Inglaterra e País de Gales) |
1.ª semana de setembro/ 20-22 julho |
6 semanas |
Igual aos alunos. |
Reino Unido (Irlanda do Norte) |
1 de setembro/ 30 junho |
9 semanas |
Igual aos alunos. |
Reino Unido (Escócia) |
Meados de agosto/finais de junho |
Começam em finais de junho |
Igual aos alunos. |
- a
- a
O EDUCARE.PT reserva-se o direito de não validar todos os comentários que não se enquadrem nestes pressupostos e que não se relacionem, única e exclusivamente, com a atualidade educativa.
Recordamos ainda que todas as mensagens são da exclusiva responsabilidade dos participantes, nomeadamente, no que respeita à veracidade dos dados e das informações transmitidas.